terça-feira, 29 de junho de 2010

Pracinha





Queria namorar você,
naquele banco de madeira,
daquela pracinha cercada de flores,
em uma noite de verão,

sob a vigilância e o olhar austero da lua
a nos seguir discretamente;
movimentando-se pelo céu,
flutuando sobre o manto brilhante das estrelas.

Queria dar-lhe um beijo apaixonado e
ardente
no banco daquela pracinha,

deixando a lua que,
insistentemente nos acompanha,
tão envergonhada a ponto de ir esconder-se
atrás de uma distráida nuvem
a vagar pelo céu soprada pela brisa morna daquela noite.

Queria ouvir,
no banco de madeira daquela pracinha,
juras de amor suas acompanhadas pela trilha sonora da sua risadinha maliciosa e gostosa.

Queria iluminar-lhe com o meu olhar,
no banco daquela pracinha,
sempre que a lua for agasalhar-se eum uma nuvem.

Queria sentir, naquele banco de madeira,
a peculiar essência do seu perfume
misturada ao cheiro das flores que decoram a pracinha.

Queria aninhar a minha cabeça em seu peito
no banco de madeira daquela pracinha.

Queria brigar com você,
no banco daquela pracinha,
e vê-lo lançar-me aquele olharzinho magoado,
que só você sabe lançar,
derreter-me toda por dentro,
destruindo todas as minhas defesas.

Aquele seu olharzinho magoado
tem o poder de atingir-me e penetrar-me tal como a flecha
disparada pelo mais experiente arqueiro.
Queria pedir-lhe, depois de brigar com você, desculpas,
no banco de madeira daquela pracinha.

Queria fazer do banco de madeira daquela pracinha nosso principal confidente,
pois sei que é mudo e surdo.
 
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